Ciao, Napoli (parte II)
Dia 1
Para quem não tem experiência em andar de avião, tudo o que é inerente ao voo pode causar alguma ansiedade. Até há bem pouco tempo eu tinha um medo tremendo de andar de avião, ao ponto de ter de tomar ansiolíticos. Felizmente, desde a última viagem que fiz à Suíça, grande parte do medo abandonou-me e agora já consigo até ir sentada à janela e ver a descolagem e a aterragem.
A chegada a Nápoles foi super tranquila. O voo decorreu sem qualquer problema e equipa da Ryanair foi sempre super prestável e simpática. Props para a Ryanair!
À saída do Aeroporto de Nápoles apanhámos o Alibus para a Estação Central, na Piazza Garibaldi, que custou 5€ por pessoa e demorou uns breves 10 minutos a chegar, já que fica apenas a 5km do Aeroporto. Não fossemos carregados com malas e mochilas, tenho a certeza que nos tínhamos aventurado a fazer o caminho a pé.
Chegados à estação, percebemos que a Piazza Garibaldi tem também uma Galeria Comercial "subterrânea" que, não sendo bem subterrânea não deixa de ser jeitosa para uma primeira fase de "ver montras". Ligamos o Google Maps e foi só colocar a morada. infelizmente o dia estava nublado e foi o suficiente para o Maps ficar meio louco e nos enviar para uma rua que nada tinha a ver para onde íamos. Felizmente chegámos ao local sem andar perdidos durante muito tempo e pudemos suspirar de alívio. Ou mais ou menos, porque Nápoles não é, de facto, uma cidade que nos faça apaixonar num piscar de olhos: O pouquíssimo sol que houve no dia em que aterrámos foi tapado pelos prédios altos e ruas estreitas. Decidimos que o resto daquele dia para pouco mais serviria do que comprar as coisas básicas para confeccionamos comida para aquela noite e umas sandes para no dia seguinte nos fazermos ao caminho e explorarmos a cidade. De notar que o fuso horário é +1 e que nesta altura do ano anoitece por volta das 17h.
"Per fortuna", havia uma lojinha mesmo ao lado de onde estávamos que vendia leite, pão, massas e condutos, temperos e as coisas mais básicas de sobrevivência. Uma das coisas boas de levar a Mãe neste tipo de viagens é que ela não deixa descurar a alimentação e acabámos por encher a barriguinha com uma sopa muito saborosa. A cerveja "Bear Beer" foi galardoada com o título "Desilusão da Noite" e depressa mudámos para Peroni - uma alternativa muito melhor, mas incomparável com a cerveja Portuguesa. Talvez devessemos ter bebido vinho, mas nenhum de nós é grande fã, por isso ficámos-nos pela Peroni durante o tempo que lá estivemos.
Dia 2
A alvorada foi cedo, por volta das 9h da manhã e o dia cumprimentou-nos solarengo e o pequeno-almoço foi tomado mais devagar por aqueles que não estão habituados a levantar cedo (leia-se eu e o meu marido).
A direção foi o Castel Dell'Ovo, pela Via Nuova Marina. O Espresso matinal foi tomado no Café Antico Borgo (ao lado da Università Degli Studi di Napoli L'Orientale - Palazzo del Mediterraneo), que nem sequer consta da pesquisa do Google Maps, e portanto, passa despercebido a quem não passar por ele.
Atenção para quem gosta, tal como eu, do café longo. Mais vale pedirem um Latte Macchiato porque o Espresso Italiano, o típico, é realmente muito, mas muito curto!
Seguimos caminho para o Giardini del Molosiglio até chegar à Via Nazario Sauro e passámos pela lindíssima Fontana del Gigante:
A entrada no Castel Dell'Ovo para ver o interior são 10€ por pessoa, mas a visita ao exterior é gratuita e dá para irem até ao terraço ver as vistas!
As vistas:

O destino seguinte, a Galleria Umberto I trazia um propósito: comprar o Campania Arte Card "Tutta la Regione - 3 Giorni", que se vende na Box Office, dentro da Galleria que nos permitia, por 32€ por pessoa e durante 3 dias:
- Transporte grátis em todos os comboios, metros, funiculares e afins, desde que pertencessem à rede nacional de transportes italiana, dentro da região da Campânia, durante 3 dias;
- Acesso grátis aos dois primeiros locais que visitássemos, desde que abrangidos pelo cartão (escolhemos Pompeia e Reggia di Caserta),
- Descontos de até 50% nos restantes locais abrangidos pelo cartão.
É um cartão sobre o qual praticamente não encontram informação nenhuma a menos que saibam onde procurar.
Pelo menos eu fartei-me de procurar nos fóruns do Tripadvisor e ninguém sabia explicar muito bem como funcionava. Na Box Office compram o cartão, e por mais 0.50€ levam o mapa da cidade com a localização de todos os lugares com desconto e a lista dos sítios grátis. Para nós valeu a pena e compensou imenso! De notar que à entrada dos sítios, basta ir à bilheteira, mostrar o cartão e eles dão-vos logo os bilhetes de entrada.
Aproveitámos para almoçar pela Galleria, sendo que o meu querido marido começou a demanda de tirar fotos nos McDonalds por onde viaja. Pena só agora se ter lembrado, ele que já correu o mundo quase todo, de começar esta empreitada, mas aqui fica o registo num episódio de "Mcs pelo Mundo - Nápoles":
Eu, a mãe e o mano, decidimos comer do lado de fora da Galleria, num local que servia kebabs a preços ridiculamente baratos!
De sobremesa, não podia não experimentar a tradicional sfogliatella - uma massa em forma de cauda de lagosta, recheada com queijo ricotta.
Depois da volta da praxe na Galleria, onde eu tive que meter o travão para não me perder na Sephora, ainda voltamos ao Castel Dell'Ovo para visitar o exterior e seguimos para casa pela Piazza del Plebiscito, pela Via Toledo até à Piazza Dante, seguindo pela Via Port'Alba até à Via dei Tribunali, onde ficámos alojados mesmo no final da rua, ao pé do ilCartastorie - o Museu do Arquivo Nacional Histórico do Banco de Nápoles.
Dia 3
POMPEIA
Para apanhar o comboio para Pompeia, basta ir até à Estação Garibaldi e apanhar a linha Circumvesuviana, que fica na galeria subterrânea. Os bilhetes, com o ArteCard, foram gratuitos - bastou passá-los na máquina, como faríamos com quaisquer bilhetes de metro.
A indicação da plataforma fica na própria parede do terminal, mas em caso de dúvida, basta perguntar nas bilheteiras, que facilmente lá chegam.
Devem apanhar a linha Nápoles-Sorrento (linha AZUL às 10h47! Não apanhem a linha Verde às 10h27, porque correm o rico de ir parar a Sarno) e descer na estação Pompei Scavi - Villa Misteri, que é mesmo à entrada das ruínas de Pompeia.
Os bilhetes para Pompeia custam 15€ por pessoa mas com o ArteCard foram gratuitos. Basta chegar à bilheteira (fila dos tour operators) e mostrar o ArteCard, que imediatamente vos dão o bilhete.
Levámos uma mochila com sandes e à entrada comprámos águas e coca colas com o custo de 2€ cada. Dentro do recinto de Pompeia há locais próprios para comer, bem como áreas específicas para fumadores. As casas de banho também estão distribuídas pelo espaço.
Pompeia demorou-nos cerca de 5h, com uma breve pausa para comer. Há tanto para ver e tanto para fotografar que nem sabemos para onde nos virar. Vão ver, se puderem, mas reservem um dia inteiro só para o efeito!
Após a caminhada em Pompeia, estávamos demasiado cansados pelo que decidimos que seria o dia perfeito para ir buscar as verdadeiras pizzas Napolitanas!
Quatro pizzas, uma delas a famosa Frittata, custaram-nos 18,50€! Pouco mais de 4,60€ por pizza. E são do mesmo tamanho que uma pizza média, que cá em Portugal vos sai por cerca de 15€!
A frittata é, de longe, a melhor pizza que alguma vez comi. Dá 15 a 0 à Marinara e à Margherita.
Dia 4
A caminhada nos Jardins do Palácio de Caserta (ida e volta) são 5km, pelo que é importante usar calçado apropriado. Para quem não quer andar e quer logo chegar ao final, existe uma carrinha que leva os passageiros de uma ponta à outra e que cobra 2,50€ para cada lado. Também é possível alugar lá uma bicicleta e pedalar, por 4€ por hora ou então inebriar-se do espírito da época, e ir numa das charretes (preço sob consulta).
O último dia é dia de compras! 😄
Foi o dia dos souvenires na Via dei Tribunali, de passear na Via Toledo, em busca das lojas a que tínhamos deitado olho da primeira vez que lá passamos. A época era de saldos e facilmente se podia comprar um par de sapatos a 15€ e uma sweatshirt a 10€!
Numa das artérias da Via Toledo existe a entrada para o Quartieri Spagnoli - um conjunto de ruas com ladeiras intermináveis, casas de fachada degradada, colorida e pessoas conversando nas varandas das casas, enquanto colocam os lençóis nos estendais. O Quartieri Spagnoli são os filmes que vemos, dizem que é a verdadeira Nápoles. Dizem também que não são aconselháveis os passeios de noite por lá.
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Sobre Nápoles:
- Se for, no momento em que aterrar, dirija-se ao multibanco mais próximo e levante algum dinheiro - a menos que vá para uma superfície comercial como a Galleria Umberto I, ninguém aceita cartões como forma de pagamento.
- Nápoles é feia? Consegue ser. As ruas estão completamente graffitadas. Os prédios são altos e o sol custa a passar. Em 98% dos casos estão degradados ou em obras e há lixo, muito lixo, espalhado por todo o lado. Atrevo-me a dizer que apenas no domingo de manhã vi aquelas ruas "limpas", mas não durou muito tempo. Mas tem a sua beleza. A zona do Castel Dell'Ovo subindo até à Via Toledo é bonita e bem diferente da "parte velha" da cidade.
- Em relação à criminalidade de que falam, não me senti insegura durante o dia. As ruas durante a noite conseguem ser intimidantes, nas partes mais "fechadas" da cidade, mas nunca nos aconteceu nada que fez com que pensássemos que estávamos em risco. Nunca tive de ter cuidados redobrados com a mala que levava, além dos normais (mantê-la fechada).
NOTA IMPORTANTE: Se vai viajar para Itália (ou para outro país da UE e precisa de converter a sua moeda), ou se vai para outro país cuja moeda não seja a sua, não hesite em pedir o Cartão Revolut. Uma ideia fantástica para quem se quer ver livre das taxas de câmbio e das taxas dos vossos bancos. É um cartão recarregável, que funciona com ligação à sua conta bancária, através da qual faz os carregamentos. Permite, na sua forma mais básica, levantamentos de até 200€ por mês sem taxas, pagamentos de compras online (não permite pagamento de serviços), e quando usar o Cartão para fazer pagamentos presenciais ou contactless, ele próprio faz a taxa de conversão, com um câmbio muito agradável.
Há outras funcionalidades, que podem explorar na app. Podem pedir o Cartão através do website ou através do facebook Revolut Portugal.
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