Já há algum tempo que me apetecia escrever qualquer coisa, mas os meus dedos entraram em modo preguiça.
Anteontem em conversa com o Sr. Presidente (ele odeia que o chamem assim, mas há coisas mais fortes que nós! :P) a conversa girou mais uma vez em redor da Tuna.
A minha Tuna, Tunapapasmisto, desde que eu entrei para a faculdade pasosu por uma série de coisas que, se algumas viessem à tona, envergonhariam mundos e fundos.
Mas talvez a maior das dificuldades foi a saída de muita gente da "velha guarda". Esta saída deixou quem lá ficou (como se diz na minha terra) com "o cú às bufas". E isto porquê?
Porque saíram as pessoas que tocavam a maioria dos instrumentos. E isto, meus amigos, é das piores coisas que uma Tuna, seja ela qual for, pode passar.
Isto tudo no ano em que eu fui Magister. Para quem não sabe, Magister é, na sua forma mais simples, o termo que designa a pessoa que ensaia a Tuna.
Portanto, aliemos ao facto de praticamente não haver pessoas que tocassem instrumentos, o facto de eu estar diante de um grupo de 25 pessoas sem fazer a mais pequena ideia do que fazer, ou como se ensaia uma Tuna.
O ano passado, quando terminei o curso, voltou a ser um desses anos, graças ao tão afamado "Processo de Bolonha". Porque "ah e tal" é muito bom acabarmos um curso em 3 anos, mas a quantidade de coisas que deixamos para trás é bem possível que não compense mais um ano de curso.
Assim sendo, foi com o coração nas mãos que deixei para trás uma quantidade infindável de amigos - que muitos deles possivelmente nunca mais vou ver na vida - e a única coisa que (dizia eu nas alturas de maior pressão) me mantinha saudável - a Tunapapasmisto.
E, como diz uma das Tunas de Portalegre - e muito bem dito - ser Tunante só sabe quem é.
Embora não dê para descrever muito bem o que é ser Tunante, o
Limpinho disse-me uma vez que é como ser um super-herói, nas devidas proporções, é claro. Super-herói na medida em que se veste um traje e se vai para a tuna e nos entregamos de corpo e alma esquecendo o resto da vida. Achamos que somos super esponjas, super cantores, super malucos e fazemos coisas que parecem impossíveis. Para um Tunante não há chuva nem sol, não há frio nem calor, não há dia nem noite, apenas há a Tuna.
É aquele sentimento de entrega, de dedicação que não se tem por quase mais nada na vida. Queremos ser o melhor possível!
Enfim... quando voltei para o encontro "Capotes Negros" não esperei encontrar uma Tuna como a que encontrei. Porque do que vi ao longo do tempo, parecia-me que o espírito se estava perder. Cheguei mesmo a pensar que mais tarde ou mais cedo a minha Tuna cairía. Mas não!!! Ao invés disso, encontei uma série de pessoas dedicadas de alma e coração - daquelas que vestem mesmo a camisola e não cruzam os braços diante das dificuldades. Afinal o espírito académico estava vivo e bem vivo no coração de todos aqueles que ainda lutam todos os dias para que a Papasmisto seja mais e melhor. Para que envergonhemos a cara de todos os que disseram que não íamos conseguir com um sorriso trocista nos lábios. Para que se envergonhem todos os que dizem "já estão a beber" quando a Papasmisto, ainda que estivesse toda alcoolizada é maior que isso e pelo menos, sabe o que é, perdoem-me a expressão, "dar o cú e 8 tostões", e ainda ir actuar com um sorriso nos lábios porque sabe que no fim vale tudo a pena!
Para que seja possivel dar aquelas maravilhosas chapadinhas sem mão à Câmara Municipal que todos os anos dificulta mais um bocadinho e que ainda não percebeu que sem os estudantes, a cidade de Portalegre morre.
Portanto, OBRIGADA a:
Tozé, Juliana, Ana Teresa, Beta Xarã, Cidália, Beta, André, Zina (desculpem-me quem me esqueci) e à maravilhosa trupe de caloiros deste ano.
Obrigada por me fazerem continuar a acreditar que a nossa Tuna é a melhor do mundo.
Obrigada por me continuarem a fazer sentir orgulhosa de vos ter tido como colegas tunantes.
Obrigada por me fazerem arrepiar ao ouvir o Pópópó. Há muito tempo que isso não acontecia!
Comentários
Grandes verdades do que se passa numa tuna em Portalegre!!
O sacrifício sem muitas vezes ser reconhecido como mérito...
Um abraço de alguém da "tal outra tuna mista da cidade"